Baralha e volta a dar

A ferrovia anda nos jornais e televisões, e o PS fez disso bandeira.

Em 1997, há cerca de 27 anos, apresentei com mais 3 colegas uma Tese sobre Transporte Marítimo de Curta Distância (Shortsea Shipping) onde esta ‘perninha’ já surgia nos mapas da rede TEN (Trans European Network), ligando Sines a Badajoz com a ilusão que nos iria ligar à Europa.

Portanto, corrigindo o texto do Polígrafo (que dada a sua natureza faz análises superficiais, mesmo quando os assuntos são complexos) o projeto não é PS nem PSD, é da União Europeia. Os protagonistas dos partidos limitam-se a encaixar ou não o dito nos programas, campanhas e candidaturas ao dinheiro europeu, ao sabor de ventos e marés eleitorais e não só. Se o Polígrafo ou outros quiserem inteirar-se da situação terão que começar pelo relatório de um italiano publicado em 2022, disponível neste link.

Pessoalmente, não acredito que vá viver mais 27 anos para ver se sai ou não um contentor descarregado em Sines para o hinterland europeu; há muitos obstáculos pelo meio. O bloqueio espanhol, adicionado ao bloqueio generalizado dos países do norte da Europa, que iriam perder um significativo volume de tráfego ( e dinheiro) no momento em que Sines se afirmasse como verdadeiro hub de distribuição de carga, encarregam-se disso. Para os sucessivos políticos locais, este processo têm-se revelado como uma verdadeira cashcow, uma vaca leiteira que tem servido para sugar milhões de euros para os bolsos de alguns com estudos e mais estudos, no âmbito dos quais ainda esperamos que nos apresentem, por exemplo, a demonstração da racionalidade e viabilidade económica do transporte de mercadorias em alta velocidade…

Como estamos em plena campanha, fica aqui um apontamento político para quem tem dúvidas entre (ou sobre) PS ou PSD, pode juntar mais esta situação à sua análise. Como alternativa, não me refiro naturalmente aos evangélicos do ADN nem aos pseudobetos do BE.